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  • Writer's pictureCristalwolf Lobazul

Se lembre de quem você é

Cheguei ao ponto de me olhar no espelho e não me ver. Eu via o outro, os outros, as coisas incríveis que as pessoas faziam, os trabalhos fantásticos, as ideias brilhantes, mas não era capaz de ver o meu próprio brilho nas coisas que eu fazia. Só pra constar: Não. Eu nunca tive inveja de ninguém. Mas vivia frustrada por não conseguir atingir minhas próprias expectativas.

Refletindo, percebi que isso começou muito cedo. Muito mesmo. Quando eu ainda era um filhote e meus pais me obrigavam a ser a melhor em matemática. Não importava se eu era boa em história, geografia ou qualquer outra coisa, só importava que eu fosse boa em matemática. Tão boa quanto era nas demais matérias. O resultado foi esse: Minha média em todas as matérias diminuiu de forma drástica.


Eu via meus colegas tirando as melhores notas em matemática, via eles entendendo a matéria tão bem como se ela tivesse sido feita para eles. E como nada daquilo entrava na minha cabeça, comecei a me culpar por não ser tão boa quanto eles.


A matemática foi onde as coisas começaram a dar errado na minha vida. Foi onde eu parei de acreditar em mim e comecei a desaparecer na sombra dos feitos das outras pessoas. Eu olhava no espelho e não via meu reflexo, via as qualidades do outro.


Claro, isso atrapalhou muita coisa na minha vida. Desde decisões pequenas até mesmo na minha auto-confiança e amor próprio. E demorou muito para que eu fosse capaz de perceber o grave erro que estava cometendo em me espelhar no outro e não em mim mesma.


Eu sou única. Sou o que sempre fui e sempre serei. Eu tenho minhas próprias qualidades e defeitos. E cabe a mim limitar até onde as pessoas podem opinar sobre o meu reflexo no espelho. Cabe a mim mesma definir o que vou ver no espelho: Eu ou o outro?


Quando se alimenta seus pontos fortes você potencializa o que há de melhor em você. E é isso que faz a diferença, seja no mercado de trabalho, num relacionamento ou consigo mesmo. Eu vivia tentando alcançar uma meta que só existia na minha cabeça e esqueci se ser eu mesma. Precisou que eu levasse uma cacetada da vida pra que eu finalmente entendesse as coisas.


Não faz mal sentir orgulho de um trabalho bem feito, mesmo que seja pequeno. Nem faz mal reconhecer que errou ou que acertou. Não importa se o outro te compara com Fulano ou Ciclano, e é importante não se comparar ao Fulano ou Ciclano também.


Eu sei que é verdadeiramente difícil quando não se tem uma base de onde se espelhar. Quando você mesmo tem que criar seu ponto de partida sem qualquer orientação e ainda tatear no escuro, desarmado e com as patas desnudas. É doloroso e desconfortável, mas é daí que nasce a ousadia e a vontade de evoluir como ser.


Se for pra ser alguém, seja você mesmo. Sem firula, sem choro. Se lembre de quem você é.

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